28 de outubro de 2010

Morrer de Verde


Designers brasileiros criam projeto para caixão funerário de papelão, como substitutos dos caixões de madeira - que além de mais caros, usam madeira de matas nativas. Por isso, são ecologicamente incorretos, além de muito mais caros.

Nos Estados Unidos, onde esta preocupação é maior, pesquisas revelaram que "cerca de 50 milhões de pessoas morrem todos os anos. É algo próximo de 1% da população. Segundo ambientalistas, só nos EUA, onde a conta já foi feita, estima-se que os cemitérios sejam responsáveis pelo consumo anual de 70 milhões de metros cúbicos de madeira, 104 mil toneladas de aço, 2,7 mil de cobre e bronze e 1,6 milhão de concreto. Exceto pelo cimento (usado nos túmulos), essas são as matérias-primas dos caixões mais populares".

A reportagem salienta ainda que "para dar ao consumidor a garantia de que produtos como esse realmente são ecologicamente corretos, a ONG Green Burial Council emite um certificado que vem ganhando espaço no mercado. Segundo o diretor-executivo da organização, Joe Sehee, os consumidores que pagam por esse tipo de prática funerária não são apenas aqueles dotados de consciência ambiental, mas tradicionalistas religiosos que querem rituais mais parecidos com os do passado. Faz sentido. Na conta dos enterros modernos entram ainda os fluidos tóxicos usados no embalsamamento do corpo, os pesticidas aplicados para manter verde a grama do entorno do túmulo e a grande quantidade de mármore das tumbas.

Embora por aqui não haja notícia de cemitérios adaptados à nova realidade, nos EUA, 20 Estados já contam com a novidade. Em uma pesquisa realizada naquele país, 20% das pessoas entrevistadas com mais de 50 anos consideram a possibilidade de aderir à causa após o último suspiro".

É um assunto a ser estudados, pelas municipalidades e pelas funerárias, pois um caixão de papelão, citado na reportagem (imagem acima) custa no máximo 500 reais, contra mais de 1.500 a 2.000 de um caixão de madeira, com metais.



Samuel Zandonadi - Presidente CABDE
Fonte: Revista Vida Simples, na edição de Setembro de 2010.

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